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Vinícius Troian Mezzari

Re-hidratar ou não, eis a questão...

Olá pessoal!

Neste post de estréia, vamos abordar um assunto envolto de certa polêmica e alguns mitos: Re-hidratação da levedura liofilizada.

Como você já deve conhecer, uma das formas mais simples e práticas de adicionar levedura ao mosto cervejeiro é por meio de culturas liofilizadas, a popular "levedura seca".

A recomendação geral para inóculo sempre foi (ou era) resumidamente: re-hidratar a levedura seca em água estéril em temperatura ambiente na proporção de 10x a quantidade de levedura. Ou seja, para 1 pacotinho de 11,5 gramas, 115 ml de água estéril.

O próprio fabricante (mais especificamente a Fermentis), também sugeria a opção de fazer essa re-hidratação em mosto. Veja a instrução abaixo, extraída do datasheet da própria Fermentis.

Entretanto, a prática de re-hidratar ou não, usando mosto ou água, ou até inoculando diretamente no mosto a ser fermentado, não é unânime: alguns aprendem, através dos cursos de fabricação para caseiros, que é necessário re-hidratação. Outros nunca a fizeram, inoculando levedura seca diretamente no mosto pronto (inclusive em escala industrial).

Em recente artigo publicado pela própria Fermentis (link no final deste post), a fabricante introduz um método diferente para utilização do fermento seco, chamado de Fermentis E2U (Easy to Use, ou Fácil de Usar). Neste "novo" método, a inoculação passa a ser simplificada, consistindo apenas das seguintes etapas:

1) Encha o fermentador com 1/3 do volume do mosto que será fermentado (em caso de cônicos, até o topo do cone), a temperatura entre 21 e 29°C.

2) Polvilhe a levedura seca diretamente sobre o mosto que está no fermentador.

3) Adicione os 2/3 de mosto restantes ao fermentador, já na temperatura de fermentação, misturando mosto e levedura recém inoculada.

4) Pronto.

O E2U simplifica muito o processo de inoculação da levedura, diminuindo tempos e preparos paralelos à produção de cerveja. Mas e quanto aos resultados?

Nos testes realizados utilizando 3 métodos de inoculação (E2U, re-hidratação em água, re-hidratação em mosto) em mostos de volumes idênticos e mesmo lote, foram avaliados os níveis dos diversos subprodutos da fermentação, bem como a produção de álcool.

Comparando todos os cenários, não houve diferenças significativas nos resultados com a variação do método de inoculação. Vide gráfico:

Embora maiores detalhes do estudo ainda estejam por ser publicados, trata-se de o início de "uma pedra sobre este assunto", simplificando o processo do cervejeiro caseiro sem impactar negativamente no resultado.

Na sua próxima brassagem, que tal reproduzir este método na sua cerveja? Nós vamos!

Encontre as melhores leveduras secas no site da nossa loja: https://www.selezionebrewshop.com.br/fermento-seco

Boas brassagens e até a próxima!

Link para o artigo original:

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